Vista da área VIP. |
Curitiba será palco de mais um espetáculo. Um dos maiores
eventos mundiais, residirá na capital paranaense, pela segunda vez, já que na
Copa de 1950, a Vila Capanema abrigou jogos de importantes seleções como
Espanha e Estados Unidos, e ainda há quem diga que tal organização não é
bem-vinda à cidade.
Um evento desta magnitude projeta Curitiba para um patamar
elevado, um patamar internacional. O valor desta visão, que poucos conhecem, é
inestimável. Uma rara oportunidade de investimentos em infraestrutura e
serviços, e principalmente em capacitação da mão-de-obra e de negócios.
A última visita
A Arena da Baixada recebeu na última terça-feira (22), a
avaliação final da FIFA para a entrega do Estádio para a Copa do Mundo de 2014.
O Secretário Geral da entidade alertou a presidência do Atlético Paranaense de
que é preciso agilidade para a conclusão da obra, mas demonstrou-se otimista
com o que viu.
Fachada da Brasílio Itiberê. |
Em muitos momentos da coletiva de imprensa concedida, após a
avaliação no estádio, os ânimos se exaltaram, principalmente por parte do
presidente atleticano, Mario Celso Petraglia, que inúmeras vezes respondia com
rispidez às perguntas feitas, principalmente, ao ser questionado pela
desaprovação dos paranaenses com a Copa do Mundo em Curitiba.
Porém, o que mais se destacou em meio ao clima tenso predominante entre jornalistas e entrevistados, foi o Coordenador Geral da Copa do Mundo de Curitiba, Mario Celso Cunha, que com muito bom humor e otimismo, citou inúmeras vezes, as qualidades de ter uma Copa do Mundo em Curitiba.
A oportunidade de visitar a Arena da Baixada, pós reforma,
para alguém que já a frequentou antigamente, traz uma experiência um tanto
quanto inovadora. A sensação de estar fora do país é primordial, e ver o
resultado é entender os motivos dos grandes, por terem escolhido Curitiba como
sede, e com certeza, a coletiva da última visita mostrou exatamente isso nos
olhos e ânimos dos representantes.
Opinião do torcedor
Apesar de os grandes mostrarem otimismo com a Copa, alguns
torcedores – e cidadãos paranaenses – ainda mostram opiniões dividas à chegada
deste evento no Paraná.
Lateral do prédio anexo para a imprensa. |
“Ter Curitiba como uma
cidade-sede é importante para o setor de turismo, para as oportunidades de
negócio que podem ser criadas, também tem a questão dos investimentos que a
cidade recebe. Só que também tem o lado ruim, que é mostrar a fragilidade em
certos pontos, como segurança, infraestrutura, superfaturamento em obras.”
Frederico Silvério é
morador de Londrina, cidade que deverá ser a casa da seleção chilena, durante a
Copa do Mundo.
“Sinceramente, acho
que já não faz mais diferença ser favorável ou contra. Mas sendo franco, acho que caímos no conto do vigário e nem é pela obra
do Atlético. Venderam uma ideia de
que a Copa seria a resolução dos nossos problemas de mobilidade. Essa teve tudo
pra ser a Copa da mobilidade, mas o problema é que foi apenas um blefe. Na Copa
da África do Sul também houve problemas (não tão dramáticos, é bem verdade) com
a entrega das obras e isso tem um propósito, atrasa-se a entrega de estádio, de
obras de mobilidade urbana, simplesmente porque com pressa, é possível passar
por cima da legislação. Então não precisa entregar licença ambiental, não
precisa fazer licitação (aí posso indicar alguém - algum irmão - pra executar o
trabalho) geralmente mais caro.
E este é o problema, não podemos aceitar que seja coincidência que todas as sedes tenham problemas com atraso. TODAS, não têm exceção. As próprias sedes da Copa das Confederações terminaram em cima do laço.
Se não houvesse Copa das Confederações, me arrisco a dizer que terminaríamos todos os estádios agora. Tem mais coisas nesse negócio. Por exemplo, a Copa é uma ótima oportunidade para legitimar políticas discriminatórias contra as classes mais populares, medid
E este é o problema, não podemos aceitar que seja coincidência que todas as sedes tenham problemas com atraso. TODAS, não têm exceção. As próprias sedes da Copa das Confederações terminaram em cima do laço.
Se não houvesse Copa das Confederações, me arrisco a dizer que terminaríamos todos os estádios agora. Tem mais coisas nesse negócio. Por exemplo, a Copa é uma ótima oportunidade para legitimar políticas discriminatórias contra as classes mais populares, medid
Fundos da Getúlio Vargas. |
as como essas UPPs no Rio são aceitas, por conta
do temor que os bandidos ataquem os turistas e assim surgem casos como o do
Amarildo, que não era bandido e que "sumiu" porque há no país,
legitimidade para matar pobre, negro e favelado. Além disso, tem o problema das
relocações forçadas, por exemplo, o cara vai construir uma terceira pista no
aeroporto Afonso Pena e retira as famílias que estava a 20 anos morando lá, observe
que aquele pessoal do lado da Arena (que foi desapropriado) recebeu a grana
direitinho, porque eles têm dinheiro, mas a população dessas áreas marginais
está tendo sérios problemas para trocar de casa.”
Hendryo André é
professor universitário e mora em Curitiba, cidade sede da Copa do Mundo de
2014.
Agora o que nos resta é aguardar o inicio deste evento
monumental, e avaliar, posteriormente, as opiniões públicas.
Evellyn Heloise